Foram meses, anos de dedicação, relacionamento com as pessoas, entregas de resultados, alegrias e até tristezas e de repente você é chamado pelo seu gestor que te diz: "Eu agradeço pelos serviços prestados, mas você está sendo desligado e a partir de hoje não faz mais parte do nosso quadro de funcionários."
Se você não esperava por isso, o sentimento, num primeiro momento, é de incredulidade, depois vem a raiva e, por último, a depressão. Perdemos noites de sono em busca do que fizemos errado, sentimos falta das relações que criamos e dos problemas diários para resolver.
Uma pesquisa realizada no Reino Unido pela Universidade de East Anglia e do What Works Center for Wellbeing, demonstrou que as pessoas que passam pelo processo de demissão ficam mental e emocionalmente abaladas com o sentimento de que foram traídas e rejeitadas. A mesma sensação e sofrimento vivido com o término de um relacionamento amoroso.
O ser humano é social por natureza e quando se sente excluído de determinado grupo, independentemente do tipo de relacionamento se questiona “o que eu fiz de errado?”, “porque eu, e não o fulano?”, “será que não sou bom no que eu faço?”. Tudo isso é natural, mas, para seguir em frente, você precisa adotar algumas atitudes de superação.
Seguem 5 dicas para você lidar melhor com tudo isso e "virar o jogo":
1. Aceite o luto Luto é uma tristeza profunda pela perda de alguém. Embora a tendência seja associá-lo à morte, não é apenas nesse contexto que esse estado se instala. Todo mundo que passa por uma etapa de rompimento sofre com a ausência do que não está presente. O primeiro passo para atravessar esse cenário é compreendê-lo e analisar os sentimentos que estão surgindo, os quais, em geral, são de frustração, raiva e tristeza. Prestar atenção nos sentimentos ajuda a compreender e a interferir nessas posturas. Quanto maior a abertura, maior o enfrentamento da situação!
2. Assuma o momento Algumas pessoas se isolam completamente ou chegam a mentir por vergonha de assumir o desemprego. Isso é um perigo que coloca em risco até sua recolocação. Se você não revelar para sua família ou amigos, como vai enfrentar um processo seletivo? Demonstrar que você aceitou a situação e explicar as condições mostra que refletiu sobre o assunto e está vivendo o luto da melhor forma possível.
3. Ocupe seu tempo Quando se está desempregado, surge uma falsa sensação de tempo livre. Você tem a chance, se quiser, de acordar tarde, mas a motivação para isso pode ser um pouco deprimente: sentir que não é preciso sair da cama porque não há nada para ser feito. Quando isso acontece, além de questionar seu desempenho, você passa a acreditar que está desperdiçando um tempo valioso e se transformando num completo inútil.
É preciso estabelecer uma nova rotina! Isso pode ser feito com uma programação que pode ajudar em sua recolocação como a inserção de cursos de atualização, palestras e momentos de networking etc. Existe muita coisa gratuita na internet, não tem desculpa! Nessa nova rotina, há espaço também para inserir atividades prazerosas e que eram deixadas de lado quando você estava empregado, como a prática de um exercício físico ou um hobby.
4. Encare a ansiedade Um dos grandes desafios de quem está sem emprego é lidar com a ansiedade. Esse sentimento é uma expectativa exagerada em relação ao futuro, porém é fundamental que você concentre seus esforços no que é possível ser feito e no que você pode de fato controlar, canalizando as suas energias para atividades mais produtivas, como por exemplo o seu desenvolvimento pessoal.
5. Não tente voltar É normal ter impulsos de retornar ao antigo empregador numa tentativa de recuperar o que foi perdido. O mais recomendável, no entanto, é perceber que, em alguns casos, a demissão foi importante para colocar um ponto final em algo que já não ia bem.
Para que o processo ajude em seu desenvolvimento, reflita antes de aceitar a primeira proposta de emprego que surgir. Aproveite. Esse é um momento que logo vai passar e o impacto de um passo em falso, no desespero, pode ser bem pior.
PENSE:
- O que eu desejo de carreira?
- O que eu gostava e
- O que não gostava de fazer?
Esperamos que essas dicas contribuam para que você passe mais tranquilamente por essa fase e logo se recoloque.
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Helen Santos
Psicóloga e Coach com mais de 15 anos de vivência no desenvolvimento de líderes e equipes dentro de grandes organizações.
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